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De tudo que podemos fazer por nós mesmos

  • Foto do escritor: Natalia Fioravante
    Natalia Fioravante
  • 25 de jul. de 2023
  • 3 min de leitura

Atualizado: 26 de jul. de 2023

De tudo que podemos fazer por nós mesmos o mais importante é estar presente para aquilo que somos, atentos a nossas possibilidades e limites, não adianta querer ser aquilo que não nos cabe, talvez consigamos fazer ou ser diferentes por um tempo, para o outro, para o mundo, mas lá na frente teremos por bem ou por mal que nos defrontar com a nossa verdade.


Pelo nosso bem podemos começar hoje sem grandes revoluções, ir ao poucos, assumindo que não queremos, que não podemos, admitir para nós que existe uma parte nossa que é inegociável e tomar posse.


Já pelo nosso próprio mal, acabamos jogando a "sujeira pra debaixo do tapete" por tanto tempo, que uma ruptura brusca nos acontece para fazer com que a gente acorde de nossa ilusão e entorpecimento, e não nos dê outra possibilidade senão olhar pra aquilo que é real: nós mesmos. Uma perda? Dor? Um diagnóstico? é possível.


Depois que se percebe o abismo e a dor de não nos pertencemos, qual o caminho seguir?


A resposta pra essa pergunta terá que vir de nós mesmos, não existe um caminho único pra todas as pessoas, não deixe de novo que alguém te diga o que tem que fazer, aproveite a oportunidade e investigue a fundo aquilo que não serve mais, esqueça o caminho estabelecido por outro, não entregue a sua vida e o seu poder na mão de quem também não consegue fazer esse mergulho pra dentro.


Eu sei, pode levar tempo, e não é um processo linear, mas é o seu processo, sua história, camada por camada, fazendo por você o que ninguém pode fazer.


O seu autoabandono já te levou para caminhos doloridos diversa vezes, escolhas que não eram suas, mas de outro.


Afinal para quê está servindo tudo isso, qual o mecanismo inconsciente que está roubando a sua autenticidade e alegria de viver?


Nem sempre se aceitar é algo simples, aprendemos desde muito pequenos que para sermos amados tínhamos que agradar os adultos, eles próprios muitas vezes ausentes de si mesmos, com aquele olhar de idealização sobre nós. Para pertencermos tínhamos que ser o ideal de nossa família e aí crescemos querendo ser o objeto de idealização do outro, nos colocando distante de nós mesmos. Crescemos acreditando que se formos diferentes do que esperam de nós não haverá uma aceitação, o que pode até acontecer.


No entanto, quando em um dado momento de nossa vida nos damos conta que não somos esse ideal por mais que queremos ser, (estamos tanto tempo tentando), nos encontramos desgastados, solitários, e sem o afeto que de fato merecemos, nos sentimos perdidos. A dor da pretensão de querermos ser algo que não somos vem, e junto também pode vir o luto por de fato estarmos distantes da nossa própria idealização, daquela história que estamos acostumados a nos contar todo dia.


Mas nem tudo é dor, passado algum tempo a sensação de nos descobrirmos surge e despertamos da ilusão de ser algo para o mundo e passamos a ser mais pra gente. O que de fato podemos fazer por nós mesmos é mergulhar nessa descoberta, às vezes incerta, sem sabermos muito bem o que vai dar lá na frente e ir tecendo novas narrativas mais conectados conosco mesmos esperando que delas surja o afeto que vínhamos nos renegando por tanto tempo. Procure ajuda se necessário, mas fuja de caminhos direcionados, se permita percorrer uma jornada só sua de pertencimento e posse do seu Eu mais verdadeiro.



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"Sermos nós mesmos faz com que acabemos excluídos pelos outros. No entanto, fazer o que os outros querem nos exila de nós mesmos."

Clarissa Pinkola Estés

 
 
 

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